Conhecidos como swingers, os praticantes do swing (troca de casais) geralmente escolhem as casas de swing por se tratarem de lugares mais discretos, além disso, essas boates têm uma estrutura feita especialmente para os encontros, com ambientes mais animados e repletos de festas temáticas. Nesses lugares há também muitos casais que querem fugir do comum no relacionamento e praticar somente o chamado voyeurismo, quando se sente prazer em observar a sexualidade de outras pessoas.
"É um local onde casais podem freqüentar sem necessariamente serem praticantes do swing, ou seja, estão lá somente para dar uma apimentada no relacionamento", explica Marcos Entrenós, 46 anos, sócio da boate para casais 2A2 é autor do livro "Um casal entre nós - Swing". Em entrevista ao Vila Dois, Marcos que é casado há 23 anos, conta como é o perfil dos freqüentadores, as regras estabelecidas e como é a interação entre os casais nestas casas chamadas de boate para casais, sem esquecer é claro, de sempre usar camisinha.
Quais são as principais dúvidas dos casais que entram pela primeira vez?
O que vestir, se fica todo mundo pelado, a faixa etária, e, principalmente, se pode ir somente para dançar e olhar. Ainda hoje existe muito preconceito, que é perfeitamente entendível. Isso porque algumas festas e boates não tem o mínimo de conhecimento do que é o swing. Fazem do assunto um mero negócio rápido e passageiro e isso confunde ainda mais os casais que querem praticá-lo. Para os iniciantes, há ambientes que parecem uma boate comum que eles podem somente dançar. Algumas noites são feitas especialmente para eles, às vezes com um "cupido" que facilita a interação.
Qual é o perfil do público?
Hoje, diferente de 10 anos atrás, a faixa etária média caiu bastante. Até o ano 2000, dificilmente se percebia algum casal com menos de 30 anos. A média gira em torno de 35 anos, contudo, como em qualquer boate para casais do Brasil, esta faixa varia entre 20 e 55 anos.
Você percebe que ainda hoje quem tem a ideia de conhecer uma boate e fazer o convite é principalmente o homem?
Sim, creio que é por causa de uma questão cultural. A vontade, com certeza, é inerente a ambos os sexos, porém, a cultura machista que ainda permeia nos relacionamentos faz com que a mulher, na maioria dos casos, se retraia e aguarde um toque dele.
Os casais optam mais pelo sexo oral ou somente pelo toque e outras fantasias? Como é a interação entre eles?
Cada casal tem seu limite. Ele devem acima de tudo procurar casais com o mesmo perfil. Existem casais praticantes que não permitem penetração, outros ficam somente transando num mesmo ambiente sem que um toque no outro. Já outros se permitem absolutamente tudo. O contrário também acontece. Eles estão lá somente para serem observados ou observar. Existe ao uma intrigante incoerência no mundo do swing. Às vezes, muitas mulheres quebram o gelo do primeiro contato físico com um beijo e/ou carícias com outras mulheres. Mesmo que ambas nunca tenham tido um relacionamento ou impulso homossexual. Muitas mulheres descobrem no swing os prazeres do homossexualismo.
Você promove festas para homossexuais? É comum esse público participar também?
No final de 2008 criamos uma festa temática para todos os gêneros de casais. No início foi um tremendo sucesso, porém, para minha surpresa as coisas não rolaram por muito tempo. Ficou um pouco confuso administrar o preconceito e a "união" das tribos. Talvez eu volte com essa temática no próximo verão.
Homens solteiros podem freqüentar o clube? Quais as condições que vocês impõem para eles?
Fazemos dias especiais para a entrada deles. Existem também aqueles que vão sozinhos para checar o ambiente. Saber se é ou não um ambiente em que ele possa levar sua parceira. Logicamente muitos aproveitam esta oportunidade para uma checagem mais "profunda". Exigimos que eles façam uma pré-reserva por telefone. Se for a primeira vez, ele é obrigado a ler um pequeno manual de comportamento ao chegar na recepção da boate e, principalmente, saber que a boate é para casais, isto significa que qualquer que seja a desavença, o casal terá sempre razão.
Você já se deparou com muitas cenas de ciúmes?
O problema não é nem o cara bonitão ao lado nem a mulher do casal alheio. O ciúme faz parte do swing, eu diria até que é o grande barato da troca de casais. É a luta interna entre o ciúme e o prazer de estar sendo "traído". Isso também depende do momento pelo qual o casal esteja passando. Casais swingers também são pessoas absolutamente normais, com problemas. Uma vez que ambos estejam preparados, conscientes e cientes do que pode ou não rolar e bem afinados, tudo bem. Sempre que posso aconselho uma conversa bastante demorada entre o casal para definirem o que pode ou não rolar. Fazendo isso, fica tudo mais fácil. Particularmente não conheço nenhum ser sexualmente ativo que não tenha, nem que seja, um pinguinho de curiosidade de conhecer uma boate para casais.
O que é swing para você?
Uma fantasia sexual para pessoas normais, que sejam casais, adultos, que ambos estejam de acordo sem nenhum tipo de coação, que envolva no mínimo 02 casais compromissados e adultos. Não existe swing se o casal não é compromissado. (independente da orientação sexual) e que haja sempre, além do prazer máximo que esta fantasia proporciona logicamente, gentileza e educação.
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